sexta-feira, 26 de março de 2010

ܔܢܜܔSeNtIdO Dα vIdΑ...(๏̯͡๏)


"A religião cuidou, com carinho especial, de erigir casas aos deuses e casas aos mortos, templos e sepulcros. Nenhum outro ser existe nesse mundo que, como nós, erga súplicas aos céus e enterre, com símbolos, os seus mortos. E isso não é acidental. Porque a MORTE é aquela presença que, vez por outra, roça em nós o seu dedo e nos pergunta: 'Apesar de mim, crês ainda que a [̲̅α̲̅ ̲̅v̲̅i̲̅d̲̅α̲̅ ̲̅f̲̅α̲̅z̲̅ ̲̅ร̲̅є̲̅и̲̅т̲̅i̲̅d̲̅σ̲̅?̲̅]'
(...) Eis o problema: 'De um lado, a estrela eterna, e do outro a vaga incerta...'(Cecília Meireles). O sentido da vida se dependura no sentido da morte. E é assim que a religião entrega aos seus deuses os seus mortos, em esperança... 
Entre as casas dos deuses e as dos mortos brilha a esperança da vida eterna para que os homens se reconciliem com a morte e sejam libertados para viver.

QUANDO A MORTE É TRANSFORMADA EM AMIGA, NÃO É MAIS NECESSÁRIO LUTAR CONTRA ELA. 
Pense no que você faria se lhe fora dito que lhe restam três meses de vida. (...) o hoje ganharia uma presença que nunca teve antes. Ver e saborear cada momento...
Nesse talvez encontremos as razões porque a sociedade oculta e dissimula a morte, tornando-a até mesmo assunto proibido para conversação: A CONSCIÊNCIA DA MORTE TEM O PODER DE LIBERTAR, E ISSO SUBVERTE AS LEALDADES, VALORES E RESPEITOS DE QUE A ORDEM SOCIAL DEPENDE. 

Colocando os sepulcros nas mãos dos deuses, a religião obriga a inimiga morte a se transformar em irmã... Livres para morrer, os homens estariam livres para viver.
Mas o sentido da vida não é um fato. (...) Deus e o sentido da vida são ausências, realidades por que se anseia, dádivas da esperança. Assim podemos afirmar, com Ernest Bloch: 'Onde está a esperança, ali também está a religião.'" (Rubem Alves) 

terça-feira, 23 de março de 2010

๏ vαℓ๏ર ∂αร c๏ιรαร



"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis!"
(Fernando Pessoa)

sábado, 20 de março de 2010

O QUE ELES SABEM?



 
"Todos eles estão cientes da gravidade de seu estado,
quer tenham sidos informados ou não.
Os pacientes reagem com uma admiração
quase exagerada
por quem cuida deles
 e lhes dedica um pouco de tempo.
Ficam privados de tais gentilezas
num mundo atarefado, de números e aparelhos,
e não é de estranhar que
 um toque leve de humanidade provoque uma reação positiva.
Numa época de incertezas,
da bomba de hidrogênio, de grandes massas e correrias,
uma pequenina doação pessoal pode ainda ser muito significativa.
A doação é de ambos os lados:
do paciente,
 sob a forma de ajuda, de inspiração
e de encorajamento
que podem proporcionar a outros nas mesmas condições;
de nós,
sob a forma de cuidado,
de tempo e desejo de comunicar aos outros
o que eles nos ensinam no fim de suas vidas."
(Elizabeth Kübler-Ross)

segunda-feira, 15 de março de 2010

€ک†ÓЯٱДک...

"As estórias são flores que a imaginação faz crescer no lugar da dor. Minhas estórias cresceram das dores da minha filha, que eram minhas próprias dores. Por isso disse que comecei a escrever porque ela precisava delas, das estórias. CURAR A DOR, isso elas não podem fazer. Mas podem TRANSFIGURÁ-LA. A imaginação é a artista que transforma sofrimento em beleza. E a beleza torna a dor suportável. Por isso escrevo estórias: para realizar a alquimia de transformar DOR em FLOR. Minhas estórias são as minhas poções mágicas... Não há contra indicações nem é preciso receitas." (Rubens Alves)



                                                                                                Salvador Dali

sexta-feira, 5 de março de 2010

INSTANTES




"Se eu pudesse viver novamente a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.
Seria mais tolo ainda mais do que tenho sido;
na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui,
tomaria masi sorvete e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu 
sensata e produtivamente cada minuto da sua vida.
Claro que tive momentos de alegria.
Mas, se pudesse voltar e viver,
trataria de ter somente bons momentos.
Porque, se não sabem, disso é feito a vida,
só de MOMENTOS;
não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia a parte alguma
sem um termômetro, uma bolsa de água quente,
um guarda-chuva e uma paraquedas;
se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuarian assim até o fim do outono.
Daraia mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres
e brincaria com as crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos
e sei que estou morrendo."
(Jorge Luis Borges)

terça-feira, 2 de março de 2010

Ք¡ണ ʠε v¡ʠą!!!!!!

 
Salvador Dali

"Definir, explicar, contar,
deram-me essa missão...
Dar um sentido para o fim da vida
e relatar!

O fim da vida é o mesmo que a morte?

Como simplficar?
Se acaso um indivíduo possui cinco dimensões,
é simplesmente conceituar?
O 'fim' do viver?

Na dimensão biológica, certamente um dia, vai faltar!
Mas sempre existirá na dimensão social e psicológica
Amparado pela própria condição espiritual
sem jamais ser esquecido na dimensão familiar. 

Como falar? Como contar?
Em verso, em prosa...
Já que a vida por correto
Jamais irá nos deixar...

Então que sentido dar
para o morrer, visto que o morrer faz parte do viver?
Pois só poderei de fato saber
quando o 'fim da vida' chegar?

Devemos a vida comtemplar?
Para quando esse momento por perto estar,
não me arrepender por não ter vivido
uma vida exemplar?

Como não errar?
Já que a vida é feita de começo,
meio e fim...
Impossível não chorar!

Nunca se sabe aquilo que cada um irá passar,
no fim do que mal parece iniciar.
Quando a notícia chega...
Por onde mesmo devo começar?

Ah! Sim, essa vida vai acabar
e finalmente a Morte poder ser.
O começo de tudo...
Tudo o que irá mudar."

Jeanine & Lurdinha - 2010
Curso Introdutório em Cuidados Paliativos
São Paulo/SP